E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
Gonzaguinha - Guerreiro Menino
Síndrome do Esgotamento Profissional (SEP) ou Burnout (do inglês to burn out - queimar por completo, consumir-se) é uma condição de sofrimento psíquico relacionado ao trabalho.
O Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, marcado por esgotamento físico e mental intenso, a falta de perspectiva e a perda de rendimento no trabalho.
O importante a se observar no Burnout é o fato do sofrimento psíquico estar relacionado ao trabalho. Na perspectiva da vida moderna, "o trabalho forma a identidade do indivíduo, a profissão do indivíduo caracteriza o seu ser, o indivíduo é a sua profissão". Esta visão restrita e unidimensional do homem "obriga" o indivíduo a obter satisfação de viver prioritariamente do seu trabalho. Quando, por qualquer motivo, o trabalho não proporciona (ou não proporciona mais) essa satisfação, ocorre a decepção e a desilusão.
A decepção acarreta a frustração (e raiva) deixando uma impressão de "fui enganado". Já a desilusão provoca na pessoa a perda das referências existenciais. As crenças que sustentavam seu estar no mundo se desfazem e não há (ainda) novos refenciais que tornem a vida significativa, digna de ser vivida.
Face a essa perda de perspectiva, a depressão é uma reação emocional adequada, pois ela proporciona ao sujeito um momento de revisão dos seus valores. Ela impede que as energias da pessoa continuem sendo investidas em algo que não se caracterize, que não seja percebido, como prazeroso. E o prazer é o referencial biológico que nos diz se algo deve ou não ser feito, se algo deve ou não continuar a ser feito.
Então, se a pessoa chegou a esta situação, é hora de parar e reavaliar seu estar no mundo. Em verdade ela já parou. Para voltar a andar é imprescindível reinventar-se, revalorizar suas crenças. Insistir em continuar, sem realizar esse processo, não só é improdutivo, como pode levar a condições mais sérias.
A boa notícia é que a vida não é só trabalho e é possível ter uma vida satisfatória desde que se esteja aberto às possibilidades que o maravilhoso fato de estar vivo oferece.
Referências:
Santini, J. Síndrome do esgotamento profissional: Revisão Bibliográfica, in Movimento, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 183-209, janeiro/abril de 2004
Silva, F.P.P.da. Burnout: um desafio à saúde do trabalhador, in PSI – Revista de Psicologia Social e Institucional. Volume 2 – Nº 1; Jun/2000
Disponível em http://www.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n15.htm
Vieira, F. et al. Burnout na clínica psiquiátrica: relato de um caso. In Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. Volume 28 nº 3. Porto Alegre Set/Dez 2006